"Um desenho era o que eu carregava entre meus braços com cuidado, como se fosse um bebê. Descia a escada em espiral aspiralando meus pensamentos. Ai, cansaço! A sirene da escola havia tocado faz tempo, mesmo assim a quentura do dia de verão não permitiu que deixasse a sala com ar condicionado até que a
fome ordenou.
- Ai, que fome!
As outras crianças desciam correndo a escada que eu saltitava e, mesmo assim, nenhuma delas ia mais longe que meus pensamentos. Um suspirou tomou-me por inteiro e alguém me puxou o braço.
- Oi!
Agarrei-me a meu desenho - que na época era tudo pra mim - com cuidado para ele não voar e virei o rosto para aqueles olhos de castanha de caju. Miúdos e fartos.
- Eu resolvi uma coisa agora.
- Ah, foi?
- Foi! Eu vou ser sua melhor amiga!
- Vai?
Com um esbarro o desenho preciso escapou-me dos braços e os braços dela dos meus braços e os meus braços nunca saíram dos dela. E foram-se indo, a garota dos olhos de castanha de caju e meu desenho através da escada em espiral na qual crianças corriam, mas nenhuma ia mais longe que meus aspiralados pensamentos. A sirene da escola havia tocado. "
E já faz 11 anos, né? A coisa mais preciosa que ouvi em um bom tempo: - Você ainda é minha melhor amiga.
que história liinda! *--*
ResponderExcluircomo sempre uma delícia de ler....me ensina? aparece no meu blog?
ResponderExcluirbjs
adoro historias lesbico-infantis. como sempre, um show. amei, um beijo amor. saudades.
ResponderExcluirPAROU DE POSTAR, MORREU?
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